quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os 10 empregos mais estranhos da ciência


Observador de maus dançarinos


Dançarinos

Taí uma profissão que duvido muito que alguém já tenha ouvido falar. Mas acreditem: existe! Pois é justamente isso que paga as contas e o leitinho das crianças de Peter J. Lovatt. Psicólogo – e ex-dançarino, claro – da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, Peter faz parte de uma equipe de cientistas que estuda as influências e motivações por trás da dança. Todos os dias ele e sua equipe observam todo tipo de pessoas – de pré-aborrescentes à senhoras idosas – dançando e depois as avaliam usando uma técnica especial de análise de movimentos e um software – programa de computador – criado justamente para isso. Outras vezes, usando um visor especial, eles podem descobrir qual parte do corpo do (a) dançarino(a) está sendo focalizado diretamente pelos olhos do observador em determinado momento – ou passo – da dança. Com este estudo o ex-dançarino já conseguiu descobrir, por exemplo, que mulheres de meia idade acham que os passos de dança de homens da mesma faixa etária menos interessantes que de homens mais jovens – como se precisássemos de uma pesquisa para descobrir isso. Também não é a toa, já que os movimentos dos marmanjos na tal da meia idade podem ser classificados cientificamente como patéticos: grandes, exagerados e simples. Mas ainda há uma luz no fim do túnel já que homens acima dos 60, possuem passos exatamente do jeito que elas gostam. Resumindo: Que Google abençoe o inventor do Viagra!



Caçador de meleca submarina

De tempos em tempos, pode-se dizer, o oceano também pega uma gripezinha – ou ao menos parece que pegou. Acontece que plânctons estressados – achou que fosse só você? – que são encontrados aos bilhões no mar, soltam um tipo de “mucilagem marinha” que pode ser comparado com uma meleca. Acontece que esta meleca acaba prendendo todo o tipo de coisa nela, de camarões mortos até bactérias que são nocivas à saúde humana e, Apesar deste fenômeno já ser conhecido pelos pescadores locais há centenas de anos, o mesmo tem aumentado consideravelmente sua frequencia no últimos meses e é justamente a função de Antonio Pusceddu, da Universidade Politécnica de Marche, na Itália, local onde ocorre a maior incidência do fenômeno dar seus pulos – ou suas braçadas – e sair recolhendo estas tais “jelecas assassinas”, que tem um cheiro nada agradável de frutos do mar ou de ovos podres, para tentar descobrir a causa deste aumento. Segundo as suspeitas do cientista, o aquecimento global – sempre ele – pode ser a causa disso.

Curador de museu do cocô

Tem uma coisa que aprendi na vida: Gosto é como o dito-cujo, cada um tem o seu. E parece que Jim Mead, um paleontólogo que hoje em dia está na Universidade do Leste do Tennessee (nem sabia que o Tennesee era dividido), nos Estados Unidos, leva o resultado das opiniões alheias muito a sério. Afinal, desde os anos 70 ele coleciona e cuida de fezes de todo tipo de criaturas desde a Era Glacial. Já são ao todo cerca de 13 mil espécies de cocôs catalogados e devidamente separados em caixas próprias para isso como todas as informações sobre a origem e DNA de cada um. O mais incrível é que pelas fezes catalogadas, é possível descobrir até mesmo o clima e o tipo de vegetação que crescia na região na época em que foi “depositado”. Por isso mesmo, pesquisadores de todas as partes do mundo, utilizam a coleção de Mead como referência quando se deparam com algum dejeto não identificado.

Modelador de espirros

Todo mundo sabe que depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o termo “Paranoia” atingiu níveis até então inimagináveis na terra do Tio Sam. Além das humilhações dos cuidados que eles tem com sapatos e garrafas nos aeroportos, uma das maiores preocupações dos americanos é com a possibilidade de um ataque biológico em seu território. Por isso, sob os auspícios (isso quer dizer grana. Muuuiiiita grana) do Departamento de Segurança Interna (O famoso Homeland Security Office dos filmes) e a Agência de Proteção Ambiental (uma espécie de Ibama com segundas intenções), o cientista Mark Nicas lidera um estudo na conhecida Universidade de Berkeley para tentar explicar como as infecções ocorrem. Para isso, ele vaporiza voluntários com uma solução salina, forçando-os a espirrar sobre um rosto modelado em plastico para tentar descobrir qual a proporção de saliva, mucus (meleca) e outras partículas e como elas se espalham pela superfície atingida. Segundo eles um estudo deste tipo nunca havia sido realizado antes e é de extrema importância para toda a humanidade – e para suas contas bancárias também, imagino…

Cheirador de suvaco

Sovaco
Algo sempre digo: Cada um tem seu fetiche. Só mesmo isso para explicar porque 2 respeitadas instituições – a Monell Chemical Senses Center na Philadelphia e a Florida International University – estão investindo o dinheiro que você nunca vai conseguir juntar durante sua vida toda para criar um método de identificação através do cheiro. Minha pergunta é: Para que? Já não basta termos identificação por impressões digitais, iris dos olhos, voz e até mesmo as ranhuras da língua, precisamos mesmo de mais? Pelo jeito sim. O problema é que nosso cheiro muda de acordo com o que comemos ou o local onde estivemos nas últimas horas. Mesmo assim, desde 1973 – um ano antes deste que vos escreve nascer – George Preti já vem colecionando e catalogando cheiros retirados das axilas de milhares de voluntários. Segundo ele, em um futuro não muito distante, seremos capazes até de diagnosticar alguns tipos de câncer como o melanoma e carcinoma ovariano, somente cheirando o paciente. Ainda bem que não segui a profissão de meu avô e não estudei medicina…

Removedor de órgãos

Ao contrário do que nos ensinam as séries médicas, a não ser pelo coração, pulmões e fígado, que precisam de uma certa urgência, os outros órgãos do corpo humano podem ser guardados para serem transplantados posteriormente. Na verdade, hoje em dia, Lavoisier estaria muito orgulhoso da sua frase que diz que “na natureza nada se cria, tudo se transforma”, já que são poucos os tecidos e órgãos humanos que não podem transplantados e, para isso, existem equipes completas de profissionais especializados justamente nisso: Retirar e e guardar isso. Olhos, pelo, cabelo e até mesmo as válvulas de um coração estragado podem ser reutilizáveis hoje em dia. Além da retirada, eles se preocupam também com a acomodação transporte dos órgãos.

Verificador de fatos do dia do juízo final

juizo final
Desde que o filme 2012 foi lançado, cientistas do mundo inteiro tem perdido horas de seu precioso tempo para responder as mais “inteligentes” (ênfase nas aspas, por favor) perguntas sobre as diversas teorias do Dia do Juízo Final. Um desses cientistas, o astrônomo Anthony Aveni, da Colgate University, especializado na cultura maia-americana, escreveu um livro há 3 anos atrás chamado The End of Time: The Maya Mystery of 2012 – O Fim dos Tempos: O mistério de 2012 - que desacredita tudo o que foi mostrado no famoso filme – e nas diversas “teorias” que surgiram sobre o tema. “O apocalipse vem de uma forma de pensar da cultura pop com base na filosofia cristã”, diz Aveni, “Se o público americano acredita em teorias da loucura, nós não estamos fazendo nosso trabalho”. Uma coisa é certa. É praticamente impossível para Aveni e seus colegas irem para alguma festa ou coquetel sem que uma legião de pessoas os cerquem com todo o tipo de “fatos e verdades”.

Dissecador de baleias

Se cortar e limpar um peixe pequeno já dá um baita trabalho, imaginem então uma baleia inteira? Ok. Estão certos. Baleia é mamífero e não peixe, mas vocês entendem assim mesmo o que quero dizer. Quando uma baleia fica presa em alguma praia, como vemos que acontece a todo momento, e morre, alguém precisa ir lá limpar tudo. Afinal, ninguém quer tomar banho em uma praia enquanto uma baleia pesando algumas toneladas se decompõe ao seu lado. Só o cheiro é o suficiente para empestear uma cidade inteira, a depender da direção do vento. Além disso, enquanto é relativamente simples transportar pequenos animais para estudos em um laboratório, o mesmo não ocorre com baleias. E é este um dos trabalhos de Michelle Berman, curadora associada do Museu de História Natural da Califórnia, especialista em vertebrados. Para se ter uma ideia do trabalho que dá limpar tudo, somente o rim de um desses animais, pode ocupar toda a pá de uma retroescavadeira e, sem dúvida, se alguém deixar cair, é melhor nem imaginar o trabalho que dá depois.

Fazedor de cócegas multi espécie

Cócegas
Todo mundo sente cócegas. Uns mais, outros menos, uns gostam outros não. Agora viver de fazer cócegas é algo que não se vê todos os dias. E é justamente este o trabalho de Marina Davila-Ross da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra. Neurologista, Davila-Ross está tentando descobrir algo que parece simples – mas só parece: O que nos faz rir? Para isso, ela passa o dia fazendo cócegas em bebês humanos e chimpanzés para que, depois de registrar suas risadas e reações, sua equipe tenha material suficiente para estudar, avaliar e tirar suas conclusões. Segundo a pesquisadora, o instinto básico da risada é o mesmo que nos ancestrais comuns ao homem e ao macaco há mais de 16 milhões de anos atrás.

Contador de grãos

Parece um daqueles jogos de feirinha do interior onde é preciso adivinhar quantos grãos de sementes de uma planta estão em um determinado recipiente. Mas para Andrew Robinson, mestrando em agricultura e seus colegas a coisa é um pouco mais séria. Mesmo com 10 mil anos de avanços tecnológicos na área agrícola, ainda não descobrimos qual a época do ano para se plantar soja. Robinson plantou 72 acres de soja em diferentes épocas do ano e, quando maduras, colheram 10 plantas de cada acre e destas contava cada um dos nódulos – reprodutivos ou não – de cada uma dessas plantas, separando-os em grupos de exatamente 300 – nódulos – para pesagem. Já imaginaram o trabalho em contar isso?

Transplantador de fezes

Poucas pessoas já ouviram falar em Deficiência de Crostidium mas é uma doença, causada por uma bactéria, que causa de 5 a 20 mil mortes por ano e, ao contrário de outras doenças, tem cura. O problema é que até mesmo o famigerado Dr. House – da série de Tv – pensaria 2 vezes antes de indica-la ao pior dos seus inimigos. A tal cura consiste em se recolonizar o intestino do paciente com bactérias benéficas para que possam voltar a fazer o seu trabalho. O lado ruim da história é que é preciso – literalmente – transplantar fezes “medicadas” de volta para o corpo do doente. Nojento? Mas não para por aí. Como os movimentos peristálticos do intestino e reto acabariam “devolvendo” as novas fezes, a única solução é fazer elas chegarem ao local certo por outro caminho: O nariz! Isso mesmo. Um tubo é introduzido pelo canal nasal, atravessa o esôfago, desce pelo estômago e vai direto para a porção intestinal onde as fezes são produzidas.
Apesar de nojento o paciente só precisa passar por isso uma única vez. Imagine agora o coitado do médico que faz isso para viver!

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